Tuesday, November 11, 2008

Deu Brasil na PBR 2008



Guilherme Marchi foi o campeão mundial pela PBR (Professional Bull Riders) 2008. Uma boa notícia para o rodeio brasileiro, por que não? Mas, esse título vem sendo esperado desde 2005. Convido você leitor a reavivar sua memória ou então a conhecer a trajetória de Guilherme Marchi rumo a este título e saber o porquê era tão esperado.

2005
Guilherme Marchi chega à final com chance de ser campeão, Justin McBride era o líder. Guilherme fez uma final perfeita, foi o campeão de Las Vegas. No Short GO (final), Justin tinha pela frente o touro “Camo” e se caísse, o título seria de Guilherme. A porteira abre e no quinto segundo, Justin perde o controle da montaria, vai caindo de lado, nós sem querer gorar, mas querendo o título chegamos a sonhar, porém a garra de Justin McBride leva-o ao seu primeiro campeonato mundial. Quase Guilherme vence, foi o 2º lugar. E ficou aquela sensação que no ano seguinte ele poderia ser campeão. Será que ele manteria o ritmo?

2006
Depois de uma temporada brilhante, Guilherme chega despontado à final, favoritíssimo ao título e, nós com aquela sensação de: “agora vai”. Com o desenvolver da final vimos que não foi bem assim. Sean Willingham, Mike Lee e Adriano Moraes eram seus adversários. E foram crescendo, enquanto Guilherme não conseguia por em prática tudo aquilo que já havia feito durante todo o ano. No Short GO (final), se parasse em “Just a Dream” seria o campeão mundial e assim foi feito. Nota: 88 pontos. Saiu comemorando. De repente a vibração da torcida silencia, o locutor muda o ritmo da voz e Guilherme espantado, em inglês pergunta: What did happen? (O que aconteceu?). Triste foi saber que o pior tinha acontecido, os juízes entenderam que Guilherme tinha tocado a mão no touro durante a montaria, e ele foi desclassificado. Independente de qualquer resultado uma coisa era certa, o título não era mais dele. O mundo desabou para Guilherme que em prantos chorava no corredor dos vestiários, cena que não irá sair de nossa memória. Mas, um campeão num pode se abater e foi o que ele fez. Na mesma noite voltou a sorrir vendo seu compatriota Adriano Moraes ser campeão mundial e mais uma vez ele ficou com o vice. Será que no próximo ano ele superaria esse trauma?

2007
Com o início da temporada logo Justin McBride mostrou estar preparado para vencer. Guilherme montava bem, porém sem ameaçá-lo. No México, durante a etapa de Chihuahua, Justin desloca o braço após montar o touro “Gnash”, Guilherme vence o evento. Em virtude da contusão, Justin fica mais uma etapa de fora e na mesma etapa (Reno) Guilherme vence novamente. Guilherme fez um final de temporada melhor que o de Justin e chega à final com a dura missão de ultrapassá-lo. A primeira semana foi perfeita, Guilherme parou nos três touros e Justin caiu dos três, porém na segunda semana Justin mostrou porque é o melhor competidor dos últimos anos e conseguiu dar a volta por cima defendendo seu título, já no sétimo round. Na final (Short GO), ele (Justin) por ironia do destino montou o mesmo touro de 2005: “Camo” e conquistou o mundo pela segunda vez. Enquanto Guilherme conquista o tri vice-campeonato! Será que no ano seguinte ele seria competitivo o bastante para disputar o título?

2008
Com uma regularidade e saúde incrível, o sorridente Guilherme Marchi começou do zero e foi se destacando a cada etapa, distanciando de seus concorrentes, somente seu compatriota Valdiron de Oliveira o ameaçava. Começou a final e J. B. Mauney roubou a cena fazendo duas melhores notas seguidas e se candidatando a estragar a festa.
O que J. B. Mauney não contava era com um experiente, determinado, concentrado Guilherme Marchi. Ele soube escolher os touros certos de acordo com a necessidade. Quando precisou ser agressivo foi, quando precisou manter a média, manteve. Fez uma final perfeita, a cada round foi tirando as chances matemáticas dos concorrentes. Primeiro foi Mike Lee, depois Renato Nunes, Kody Lostroh, Valdiron Oliveira e restava J. B. Mauney. No quinto round escrevi: “só espera para comemorar o título quem quiser”. Porém existia a tal da chance matemática. Guilherme no sexto round precisava apenas o sexto lugar na noite para garantir o título. Nem foi preciso tantos cálculos, seu concorrente J. B. Mauney caiu e só restava a Guilherme parar no touro.

O TÍTULO
O touro escolhido era “Rewind”, animal de propriedade da CiaMann Creek Cattle Co. / Curtis Mendell”. Guilherme já havia montado e parado neste touro duas vezes.
A porteira abre, no primeiro pulo o touro já mostra o lado que iria rodar: direita. O chapéu de Guilherme fica no primeiro pulo, vem o segundo, terceiro, quarto.... no oitavo pulo o touro tenta uma reação aplicando um pulo mais alto, porém era tarde, dois pulos mais e a campainha toca, Guilherme ainda espera o décimo quarto pulo para pular de cima dele. No mesmo momento o locutor anuncia: “Ele é o campeão mundial”.

Guilherme corre do touro que parece num gostar muito da festa, mal sabia ele que estava para começar uma grande festa. Ao subir na arena ele grita: Uhuuuuuuu!!! Ao mesmo tempo explode uma chuva de papel na lateral da arena, ele desce e sai correndo mirando algum lugar. Alguém com uma bandeira do Brasil o espera no palco localizado no meio da arena, para onde ele é puxado. Daí em diante a arena de Las Vegas é invadida por bandeiras e amigos vestidos de verde e amarelo. Uma festa ao melhor estilo, Guilherme abraça e beija seu pai, sua filha é colocada em seu colo. Os competidores vão cumprimentá-lo. Vai ao encontro e dá um abraço emocionante em Adriano Moraes.

A repórter da TV Versus, Leah Garcia, chega em meio a esta confusão e o entrevista, Guilherme já está ao lado de sua esposa Patrícia, que segura seu filho caçula no colo, nos braços do campeão mundial sua filha Manuela. Durante a entrevista agradece a Deus, aos amigos competidores, a sua família e expressa sua felicidade, diz ter feito duas boas semanas e se emociona do final da entrevista faltando-lhe palavras. Dá um beijo em sua esposa Patrícia e em seu filhinho. Ele poderia fazer o que quisesse, até gastar uma graninha, pois além de ser campeão mundial, passava para o estreitíssimo clube dos milionários.

GUILHERME NOS EUA
Guilherme chegou ao EUA em 2004, seu primeiro evento na BFTS (primeira divisão) foi em “Oklahoma City” durante a 23ª etapa daquele ano. O primeiro touro que montou foi “Black Jack” e caiu com 2,5 segundos.
Foi o primeiro evento de um total de 128. Foi a primeira montaria de um total de 382. Conseguiu completar oito segundos 245 vezes com uma nota média de 85,72 pontos e um aproveitamento de 64,14%. Venceu 11 etapas. Tirou 26 notas acima de 90 pontos. Faturou até hoje 1.925.972,78 de dólares. É um dos mais fortes nomes dentro do rodeio mundial. Alguém duvida que ele seja o favorito ao título em 2009?

Por Eugênio José dos Santos – eugenio_rodeio@yahoo.com.br

Em nome do rodeiototal.com, gostaria de dizer que todos os brasileiros que estão trabalhando lá fora, merecem ser parabenizados, sem excessão !!!!

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