Guilherme Marchi foi o campeão mundial pela PBR (Professional Bull Riders) 2008. Uma boa notícia para o rodeio brasileiro, por que não? Mas, esse título vem sendo esperado desde 2005. Convido você leitor a reavivar sua memória ou então a conhecer a trajetória de Guilherme Marchi rumo a este título e saber o porquê era tão esperado.
2005
Guilherme Marchi chega à final com chance de ser campeão, Justin McBride era o líder. Guilherme fez uma final perfeita, foi o campeão de Las Vegas. No Short GO (final), Justin tinha pela frente o touro “Camo” e se caísse, o título seria de Guilherme. A porteira abre e no quinto segundo, Justin perde o controle da montaria, vai caindo de lado, nós sem querer gorar, mas querendo o título chegamos a sonhar, porém a garra de Justin McBride leva-o ao seu primeiro campeonato mundial. Quase Guilherme vence, foi o 2º lugar. E ficou aquela sensação que no ano seguinte ele poderia ser campeão. Será que ele manteria o ritmo?
2006
Depois de uma temporada brilhante, Guilherme chega despontado à final, favoritíssimo ao título e, nós com aquela sensação de: “agora vai”. Com o desenvolver da final vimos que não foi bem assim. Sean Willingham, Mike Lee e Adriano Moraes eram seus adversários. E foram crescendo, enquanto Guilherme não conseguia por em prática tudo aquilo que já havia feito durante todo o ano. No Short GO (final), se parasse em “Just a Dream” seria o campeão mundial e assim foi feito. Nota: 88 pontos. Saiu comemorando. De repente a vibração da torcida silencia, o locutor muda o ritmo da voz e Guilherme espantado, em inglês pergunta: What did happen? (O que aconteceu?). Triste foi saber que o pior tinha acontecido, os juízes entenderam que Guilherme tinha tocado a mão no touro durante a montaria, e ele foi desclassificado. Independente de qualquer resultado uma coisa era certa, o título não era mais dele. O mundo desabou para Guilherme que em prantos chorava no corredor dos vestiários, cena que não irá sair de nossa memória. Mas, um campeão num pode se abater e foi o que ele fez. Na mesma noite voltou a sorrir vendo seu compatriota Adriano Moraes ser campeão mundial e mais uma vez ele ficou com o vice. Será que no próximo ano ele superaria esse trauma?
2007
Com o início da temporada logo Justin McBride mostrou estar preparado para vencer. Guilherme montava bem, porém sem ameaçá-lo. No México, durante a etapa de Chihuahua, Justin desloca o braço após montar o touro “Gnash”, Guilherme vence o evento. Em virtude da contusão, Justin fica mais uma etapa de fora e na mesma etapa (Reno) Guilherme vence novamente. Guilherme fez um final de temporada melhor que o de Justin e chega à final com a dura missão de ultrapassá-lo. A primeira semana foi perfeita, Guilherme parou nos três touros e Justin caiu dos três, porém na segunda semana Justin mostrou porque é o melhor competidor dos últimos anos e conseguiu dar a volta por cima defendendo seu título, já no sétimo round. Na final (Short GO), ele (Justin) por ironia do destino montou o mesmo touro de 2005: “Camo” e conquistou o mundo pela segunda vez. Enquanto Guilherme conquista o tri vice-campeonato! Será que no ano seguinte ele seria competitivo o bastante para disputar o título?
2008
Com uma regularidade e saúde incrível, o sorridente Guilherme Marchi começou do zero e foi se destacando a cada etapa, distanciando de seus concorrentes, somente seu compatriota Valdiron de Oliveira o ameaçava. Começou a final e J. B. Mauney roubou a cena fazendo duas melhores notas seguidas e se candidatando a estragar a festa.
O que J. B. Mauney não contava era com um experiente, determinado, concentrado Guilherme Marchi. Ele soube escolher os touros certos de acordo com a necessidade. Quando precisou ser agressivo foi, quando precisou manter a média, manteve. Fez uma final perfeita, a cada round foi tirando as chances matemáticas dos concorrentes. Primeiro foi Mike Lee, depois Renato Nunes, Kody Lostroh, Valdiron Oliveira e restava J. B. Mauney. No quinto round escrevi: “só espera para comemorar o título quem quiser”. Porém existia a tal da chance matemática. Guilherme no sexto round precisava apenas o sexto lugar na noite para garantir o título. Nem foi preciso tantos cálculos, seu concorrente J. B. Mauney caiu e só restava a Guilherme parar no touro.
O TÍTULO
O touro escolhido era “Rewind”, animal de propriedade da Cia “Mann Creek Cattle Co. / Curtis Mendell”. Guilherme já havia montado e parado neste touro duas vezes.
A porteira abre, no primeiro pulo o touro já mostra o lado que iria rodar: direita. O chapéu de Guilherme fica no primeiro pulo, vem o segundo, terceiro, quarto.... no oitavo pulo o touro tenta uma reação aplicando um pulo mais alto, porém era tarde, dois pulos mais e a campainha toca, Guilherme ainda espera o décimo quarto pulo para pular de cima dele. No mesmo momento o locutor anuncia: “Ele é o campeão mundial”.
Guilherme corre do touro que parece num gostar muito da festa, mal sabia ele que estava para começar uma grande festa. Ao subir na arena ele grita: Uhuuuuuuu!!! Ao mesmo tempo explode uma chuva de papel na lateral da arena, ele desce e sai correndo mirando algum lugar. Alguém com uma bandeira do Brasil o espera no palco localizado no meio da arena, para onde ele é puxado. Daí em diante a arena de Las Vegas é invadida por bandeiras e amigos vestidos de verde e amarelo. Uma festa ao melhor estilo, Guilherme abraça e beija seu pai, sua filha é colocada em seu colo. Os competidores vão cumprimentá-lo. Vai ao encontro e dá um abraço emocionante em Adriano Moraes.
A repórter da TV Versus, Leah Garcia, chega em meio a esta confusão e o entrevista, Guilherme já está ao lado de sua esposa Patrícia, que segura seu filho caçula no colo, nos braços do campeão mundial sua filha Manuela. Durante a entrevista agradece a Deus, aos amigos competidores, a sua família e expressa sua felicidade, diz ter feito duas boas semanas e se emociona do final da entrevista faltando-lhe palavras. Dá um beijo em sua esposa Patrícia e em seu filhinho. Ele poderia fazer o que quisesse, até gastar uma graninha, pois além de ser campeão mundial, passava para o estreitíssimo clube dos milionários.
GUILHERME NOS EUA
Guilherme chegou ao EUA em 2004, seu primeiro evento na BFTS (primeira divisão) foi em “Oklahoma City” durante a 23ª etapa daquele ano. O primeiro touro que montou foi “Black Jack” e caiu com 2,5 segundos.
Foi o primeiro evento de um total de 128. Foi a primeira montaria de um total de 382. Conseguiu completar oito segundos 245 vezes com uma nota média de 85,72 pontos e um aproveitamento de 64,14%. Venceu 11 etapas. Tirou 26 notas acima de 90 pontos. Faturou até hoje 1.925.972,78 de dólares. É um dos mais fortes nomes dentro do rodeio mundial. Alguém duvida que ele seja o favorito ao título em 2009?
Por Eugênio José dos Santos – eugenio_rodeio@yahoo.com.br
Em nome do rodeiototal.com, gostaria de dizer que todos os brasileiros que estão trabalhando lá fora, merecem ser parabenizados, sem excessão !!!!
Tuesday, November 11, 2008
Deu Brasil na PBR 2008
Postado por Vladimir Lemos às 7:14 AM
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